Sério, tem horas que me pego pensando se sou “normal”.
Falo sozinha, encarno os personagens de livros que leio, converso mentalmente com esses personagens, geralmente usando o tipo de linguagem, o jeito de falar.
Tenho “métodos” para comer determinados alimentos. Como toda a batata-frita antes de comer o hamburger, sempre, parece crime se não faço assim. Se bem que vez em quando como a batata-frita mergulhando-a no sorvete, mas nunca, nunca antes do hamburger.
Tenho uma imaginação para lá de fértil, chegando a ser quase surrealista. Acredito em fadas, bruxas, gnomos, duendes, algumas lendas e mitos.
Acredito na doce loucura dos músicos, artistas, poetas... me identifico muito, apesar da minha ausência de tais dons, com a suposta loucura da genialidade criativa
Sim, já fui chamada de louca algumas vezes (não muitas, devo ressaltar) e então passei a observar os “sãos”, aqueles que espreitam a nós, os loucos (sim, eu tenho companhia na insanidade) com ar de superioridade, aqueles que tem a racionalidade e a sanidade intactas.
Eles, os de sanidade correta, os grandes religiosos fanáticos que decidem qual a verdade que seus fiéis devem seguir, o s políticos inteligentes e dissimulados que criam as diretrizes das nações, os estadistas que governam seu povo com linha dura e mão de ferro, os elitizados que sabem que tem mais e podem mais e fazem de seus subordinados peças da grande engrenagem, os intelectuais esnobes que nos olham do alto de sua sabedoria e menosprezam outros com arrogância. Sim, eles devem ser os lúcidos, porque são eles que ditam as regras do jogo, não é isto? Pelo menos seria lógico que os que ditam as regras sejam o que possuem uma mente lúcida e sã, correto?
Mas como pelo que me disseram, eu não entendo muito de lógica, olho para os lúcidos, os sãos, os que detém a racionalidade e as fórmulas do bem e do mal e agradeço à Deus e à Deusa por minha total ausência de sanidade!!!!!
“Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade...”
